quinta-feira, julho 09, 2009

NEM ESCRAVOS, NEM SENHORES poema de José Maria Lopes de Araújo




NEM ESCRAVOS , NEM SENHORES


Deixem-me gritar a minha loucura ...
Quero que ela seja ouvida
E se faça vivo facho, na noite escura
Da minha vida !


Deixa-me dizer Não e Não,
Mesmo quando o coração
Tente arrancar-me um sim....


É que eu quero ser diferente
Dos outros, dos outros ...
E ser somente, somente,
Igual a mim !



Se é de louco o meu olhar,
Maior loucura encerra
O teu fixar ...
Aterrador fixar !


Sou livre ... Quem o nega ? Quem ?
Deixem-me partir, clamando,
Aos quatro ventos,
Que tenho um mundo meu,
Só meu e de mais ninguém ...


Um mundo diferente do teu,
Um mundo que não tem
Barreiras de inveja,
Fundos sulcos de ódios
E tormentos !


Deixem-me cantar a liberdade
De poder gritar
A toda a gente :



- Sou isento e livre !
- Não tenho senhores
Nem sou escravo !
Não quero condomínios ...
Quero total independência ...
Quero ser livre ...
Ser diferente de outra gente,
Respirar o ar puro da liberdade
E ser mesmo um outro Ser diferente !


JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO
do livro " Outono da Vida "

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