sábado, outubro 24, 2009

HORAS CONTADAS ...poema de José Maria Lopes de Araújo




HORAS CONTADAS

I


Eu não quero que o tempo corra assim,
Depressa como forte ventania …
Pois dia ainda, é noite, dentro de mim,
E a ideia do amanhã já me angustia.

Nada é eterno… Tudo tem um fim…
Vai chegar, cedo ou tarde, aquele dia
Em que o meu Não será mais do que um Sim,
Até mesmo, na hora da agonia!


Louca ilusão a minha, pois ninguém
Pode fugir à morte que ela vem
No mistério insondável do futuro,

Ninguém chegou aqui, para ficar …
Quem vem do nada, ao nada vai voltar …
… E tudo o que se aspire é prematuro.


JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO
do livro " Horas Contadas "

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