terça-feira, fevereiro 05, 2008
INSÓNIA poema de José Maria Lopes de Araújo
INSÓNIA
Anda o vento rezando
As orações de Outono,
Enquanto a minha alma, chorando,
Vai contando
Horas tristes de abandono !
E esta chuva miudinha
Que brinca , à solta, no ar,
E tem o brilho das estrelas
Que há nas noites de luar,
Acompanha esta canção
Que vai gemendo a folhagem,
Arrastada, pelo chão,
Ao sopro lento da aragem ! ...
E sinto saudades tuas ...
Quero dormir ...
Não tenho sono...
E vagueio pelas ruas,
Numa ânsia desmedida
De quebrar, partir,
Este abandono
Que tortura a minha vida !
E da minha alma dorida
Vai o vento arrancando
As folhas desta ilusão...
Vai o vento
Do tormento
Arrancando-as,
Arrastando-as,
Dentro do meu coração !
Quem para sempre pudesse,
Minha amada, adormecer ! ...
Sofro ! Não tenho sono! ...
Quem pudesse adormecer
Como estas folhas de Outono ! ...
JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO
do Livro " Outono da Vida "
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