NÃO poema de José Maria Lopes de Araújo
NÃO
Cerro os punhos e grito,
Revoltado, aflito,
Cansado de sofrer:
- Não ... e Não !
Basta de viver
Atormentado ! ...
Quem me estende a mão?
Quem? E a gente
Que passa,
Que passa indiferente,
Vai balbuciando
E murmurando,
Intimamente:
- Não ... e Não ! ...
Sempre o Não ...
No ontem, no agora,
No amanhã, no depois ...
Sorriem meus lábios...
E a minha alma chora ...
Choramos os dois,
Nesta solidão,
Onde há eco,
Sempre o eco do mesmo Não ! ...
JOSÉ MARIA LOPES DE ARAÚJO
do Livro " Outono da Vida "
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