segunda-feira, maio 30, 2011

ADEUS


O teu adeus, o adeus que me acenaste,
Nessa noite de dor e de incerteza,
Tinha a límpida e mágica pureza
Dos sonhos cristalinos que sonhaste!

Não foi no triste olhar que me lançaste,
Que vi tombar a trágica tristeza…
Foi nesse adeus, tão cheio de beleza…
Foi nesse longo adeus que me acenaste …
E o teu olhar, tão doce, tão profundo,
Igual á mágoa imensa em que me afundo,
Irmão daquele adeus que me deste,
Diz-me, talvez, talvez amargamente,
Aquilo que a tua alma, há tanto sente,
E que tu, meu amor, nunca disseste ! …


José Maria Lopes de Araújo